quarta-feira, 24 de junho de 2015

Não creio no evangelho


Não creio em um evangelho que lança pedras contra quem pensa diferente.
Creio em um Evangelho que afirma que “aquele que estiver sem pecado, que atire a primeira pedra”.

Não creio em um evangelho que se acovarde diante das injustiças deste mundo.
Creio em um Evangelho que inspire seus seguidores a clamarem em alta voz “eu tive um sonho”.

Não creio em um evangelho que se amolde a uma sociedade corrupta e ache normal um homem escravizar o seu semelhante.
Mas eu creio - oh, e como eu creio! - em um Evangelho que transforma um traficante de escravos no compositor do mais belo hino cristão de todos os tempos.

Não creio em um evangelho que tenta subornar a Deus ou fazer dEle um serviçal para os meus caprichos.
Creio em um Evangelho que me ensina que Ele é o Senhor, e eu, seu humilde servo, mesmo quando não entendo sua vontade.

Não creio em um evangelho que separa homens em exércitos inimigos que se odeiam e se matam.
Mas creio no Evangelho que inspirou um homem a fundar a Cruz Vermelha e a salvar milhões de vidas nas guerras e conflitos.

Não creio em um evangelho focado na compra de jatinhos, mansões, carros de luxo ou emissoras de TV.
Eu creio em um Evangelho que constrói escolas, hospitais e vidas.

Não creio em um evangelho arrogante e soberbo, que tenta me convencer que sou superior ao meu semelhante porque “sou filho do rei”.
Eu creio em um Evangelho que me revela que sou um miserável pecador, egoísta e insensível, mas que apesar disto, Deus me amou de tal maneira que enviou seu filho – o Rei dos reis – para morrer em meu lugar.

Não creio em um evangelho que motive pessoas a cantarem que merecem conquistas e vitórias materiais.
Eu creio em um Evangelho que tem dado forças as pessoas a encararem a tortura e a morte de frente, no Coliseu, na Inquisição e agora na Síria, na Nigéria e no Iraque.

Sim, eu Creio em um outro Evangelho, diferente do que tem sido cantado por aí. Creio que tudo que sou ou tenho não é mérito meu, mas foi conquistado por Jesus na cruz. E, por isso, me inspira a cantar outra canção, aquele que o traficante de escravos arrependido um dia compôs:

Maravilhosa graça, como é doce o som
Que salvou alguém como eu
Estava perdido mas agora me encontrei
Estava cego mas agora vejo”

É neste Evangelho que eu creio. É por este Evangelho que eu vivo.
E acredite, não estou sozinho.
Somos muitos.
Somos a Igreja.
Somos cristãos.

P.S. Se você quiser conhecer a música e sua história, assista o vídeo. 
Vale à pena: