- O
que há querida? Você está tão calada?
- Eu?
nada.
- Como
nada? Estou vendo o seu rosto sério. O que foi?
- Nada.
- Pela
sua cara, aconteceu tudo. O que foi?
- Vai
dizer que você não sabe?
- Mas
como vou saber se você disse?
- E
precisa?
Quem
nunca passou ou presenciou um diálogo assim? Embora a comunicação
seja algo fundamental para a convivência e o relacionamento humanos,
nem sempre ela é fácil, mesmo dentro do lar. Afinal, homens e
mulheres, adultos e crianças, tem idades, linhas de raciocínio,
criação, culturas e idades diferentes e, por isso, formas
diferentes de entenderem e se comunicarem.
Vejamos
alguns elementos da boa comunicação:
LINGUAGEM
– A arte de se comunicar
Quem
|
diz
o quê
|
Em
que meio
|
Como
|
Para
quem
|
Comunicador
|
mensagem
|
Visual
(Escrita, Pintada, Desenhada ou Gesticulada
|
Linguagem
|
Receptor
|
Áudio
(Falada ou Cantada)
|
||||
Áudiovisual
|
Para
que haja comunicação, é necessário que comunicador e receptor
possuam uma mesma linguagem, isto é, que se utilizem de um grupo de
símbolos estruturados de maneira a ter um mesmo significado para
ambos.
As
gírias são um código diretamente ligado ao grupo social ao qual o
indivíduo está integrado. Todo grupo fechado possui sua gíria.
Ex.: Contrução Civil, militares, crentes, etc.
Um
grupo fértil para gírias são os adolescentes. Enquanto nos demais
grupos as gírias se mantém inalteradas durante um muito tempo, as
gírias dos adolescentes mudam constantemente, dificultando o seu
acompanhamento por observadores externos ao grupo, como os pais, por
exemplo.
CULTURA
– O chão sobre o qual está alicerçada a linguagem
Para
se comunicar efetivamente com seus filhos, é necessário se
conhecer, e bem, o caldo cultural no qual estão imersos. O que vêem,
ouvem, leem. Quais são seus referenciais de vida? Que
personalidades admiram ou desprezam? Quais seus sonhos e aspirações?
Sem conhecer esses elementos um diálogo aberto se torna muito
difícil.
ADOLESCÊNCIA
– Segundo o pr. Eliezer Morais a adolescência é “uma etapa onde
ocorrem as mais importantes transformações ao nível físico,
intelectual, emocional e social. A adolescência é um processo
dinâmico de metamorfose que transforma o ser criança em um ser
adulto.”
Quando
começamos a crescer, nossos referenciais mudam. Buscamos nossa
própria identidade e nos espelhamos, ao invés de em nossos pais, em
nossos colegas que estão passando por esta mesma fase de mudanças e
descobertas. Esta afinidade gera uma aproximação que dá origem a
um grupo, uma “galera”.
O
vestuário, a música e a linguagem são tentativas dos adolescentes
de construírem sua identidade. Esses códigos não são
compreendidos por seus pais e líderes e se não houver um clima
propício para o diálogo, muitos conflitos poderão surgir no
relacionamento entre adolescentes e adultos.
Mais
uma vez, como escreveu o pr. Eliezer Morais “a oposição visa,
primeiramente e, sobretudo o meio familiar: o adolescente, para
provar a si mesmo a sua independência, defende sempre posições
contrárias às de seus pais e outros adultos. Ele também não
aceita ser orientado na escolha dos amigos, das leituras, diversões
e posições.”
É
necessário conhecer os códigos lingüísticos e estéticos dos
adolescentes para poder criar uma empatia e estabelecer canais de
comunicação efetivos para que eles não se sintam sozinhos e
incompreendidos, como na música do Gabriel, o Pensador, que fala
sobre os perigos do consumo de drogas e o que leva a muitos jovens à
embarcarem nesta canoa furada:
“ninguém
tá escutando o que eu quero dizer
ninguém
está dizendo o que eu quero escutar
ninguém
tá falando o que eu quero entender
ninguém
tá entendendo o que eu quero falar”
INTERESSE
–
Uma
família onde todos têm interesse em conversar uns com os outros é
uma família saudável. Como manter um bom nível de comunicação
familiar?
Em
primeiro lugar, é fundamental que haja respeito
no relacionamento. Respeito pelas características que diferenciam um
homem de uma mulher, um adulto de um adolescente ou de uma criança.
Se acharmos que pessoas diferentes de nós somente porque são nossos
familiares pensam e entendem as coisas igual a nós, o diálogo tende
ao fracasso.
Em
segundo lugar, é necessário que possua tempo,
isto é, que se reserve uma parte da rotina diária para o exercício
do diálogo. Durante às refeições, à noite. Desligar a TV ajuda –
e muito – a aumentar o diálogo. E os smartphones e tablets também!
Em
terceiro lugar, é importante que estimule o diálogo
e,
para isso, precisa saber ouvir, mesmo que não concorde ou não goste
do que está sendo dito. Uma pessoa que não é aberta a ouvir mesmo
um pai ou uma mãe, corre o risco de também não vir a ser ouvida,
pois relacionamentos sadios são baseados na reciprocidade.
PRECONCEITOS
–
Não se esqueça! Você já foi adolescente um dia!
Para
podermos compreender e aceitar o outro, é muito importante que
saibamos nos colocar no seu lugar. Se estivéssemos passando pela
mesma situação e tivéssemos a mesma história de vida que ele,
será que agiríamos diferente?
O
adolescente aos olhos de um adulto parece ser, muitas vezes,
irresponsável, inconsequente e incapaz de compreender a importância
de palavras como compromisso, horário e ter capacidade de pensar a
longo prazo. Acreditem, isto é normal! Você já se esqueceu como
foi quando você era adolescente?
Lembre-se,
o adolescente deixou de ser uma criança mas ainda não é um adulto,
é um período de transição. Quantas vezes não ouvimos “Esse
menino só tem tamanho!” Mas é verdade, muitas vezes, têm-se um
corpo quase de adulto mas a mente e os sentimentos ainda um tanto
infantis. Para piorar este ser “mutante” chamado adolescente
quando se comporta como criança logo ouve “Pára com isso! Onde já
se viu, um homão
desse tamanho agindo que nem criança!” ou se quer liberdades como
a chave do carro ou chegar mais tarde em casa: “Nem pensar! Você
está muito nova para isso!”
Portanto,
nada de menosprezar o comportamento dos adolescentes sob sua
responsabilidade pois, lembre-se, você também já foi um e se hoje
você ri dos probleminhas que tinha, lembre-se que naquela época
para você parecia um tremendo problemão e que podia, inclusive,
interferir com a sua vida espiritual!
CONCLUSÃO – Sua família é sua primeira, mais verdadeira e importante rede social. Invista tempo e energia nela. Curta os bons momentos, compartilhe sua experiência de vida em tempo real, ao vivo e à cores em um relacionamento concreto ao invés de um virtual. Fortaleça seus relacionamentos pois desta forma, nenhuma crise ou adversidade irá separá-los, como está escrito no livro sagrado:
"É melhor haver dois do que um, porque duas pessoas trabalhando juntas podem ganhar muito mais. Se uma delas cai, a outra a ajuda a se levantar. Mas, se alguém está sozinho e cai, fica em má situação porque não tem ninguém que o ajude a se levantar. Se faz frio, dois podem dormir juntos e se esquentar; mas um sozinho, como é que vai se esquentar? Dois homens podem resistir a um ataque que derrotaria um deles se estivesse sozinho. Uma corda de três cordões é difícil de arrebentar.
"É melhor haver dois do que um, porque duas pessoas trabalhando juntas podem ganhar muito mais. Se uma delas cai, a outra a ajuda a se levantar. Mas, se alguém está sozinho e cai, fica em má situação porque não tem ninguém que o ajude a se levantar. Se faz frio, dois podem dormir juntos e se esquentar; mas um sozinho, como é que vai se esquentar? Dois homens podem resistir a um ataque que derrotaria um deles se estivesse sozinho. Uma corda de três cordões é difícil de arrebentar.
O moço pobre mas sábio vale mais do que o rei velho e sem juízo que já não aceita conselhos." Eclesiastes 4.9-13
Nenhum comentário:
Postar um comentário